quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Coração Azul

Autor: Laércio Lins

O Homem, a mão, a poesia,
Passa o tempo, lembrança, nostalgia.
Voa pensamento, um passarinho,
mãe-pássaro que protege o ninho,

a flor se protege com espinho,
a uva dá vida ao vinho,
a luva aquece a mão com carinho.
O olhar protege o encanto,
a mãe embala o filho. Um acalanto.

Voar, esperança do pássaro que parte cedo,
Voar, lembranças nas fantasias de um brinquedo.
Menino se forjando homem,
aprendendo a voar sem medo.

No livro, uma saga, história de mil enredos.
Letra no papel ferido por uma caneta-tinteiro,
tingindo assim, de poema quase com jeito de prosa.
Misturando vermelho e branco, abraço de cravo e rosa.
Duendes, Gnomos, feitiços, bruxas e fadas.
Personagens que alimentam a poesia.
Silêncio no coração poeta,
antes cinza, agora claro e azul.

sábado, 25 de dezembro de 2010

O sonho que acordou o sol

Autor: Laércio Lins

Novos caminhos,
Abertura para outros passos.
Sob os pés, estrada, sobre os pés, cansaço.
Da eterna luta, velhos laços.
Sonho meu de um sono antigo,
que acordou para ser real,
que acordou em plano novo.
Sonho tempo.
sonho flor, botão que se abriu calmo.
Fim de túnel, luz brilhante.
Estrela que guia o guerreiro viajante
em noite escura surge no horizonte.
Entre a Ilha e o continente, ponte.
Corredeira de rio, próxima estação: oceano.
Maré vazante, vento terral
Sonho que trouxe maré cheia.
Sonho que acorda e clareia,
luz que acende e ascende,
Luz que aquece e sobe,
aquece, encolhe e move,
acolhe, escolhe e envolve.
Assim como um rio, a vida,
enredo de vários roteiros.
Assim é o sonho que acorda com o Sol.
cenário de muitos destinos,
visão de um brinde, pela taça de vinho,
bolhas, espuma, champanhe,
prenúncio de amanhecer,
renascer em um sonho de menino.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Caminhos em Y

Autor: Laércio Lins

Costumo dizer que a vida tem forma de “Y”, seguimos por uma estrada que de vez em quando se abre em duas ramificações, nestes momentos e nestes pontos somos cobrados a escolher que direção seguir. São nestes pontos também que muitas pessoas param, se entregam ao medo de escolher e se acomodam.
Essa analogia da vida em forma de “Y” tem me acompanhado há tempo e tem me ajudado em minhas decisões. Faço o melhor que posso e aprendi a não ser tão exigente comigo mesmo, hoje penso que, se escolher ou tomar a decisão errada, a mesma estrada se abrirá em forma de “Y” em outro momento me trazendo duas novas oportunidade de rever minhas escolhas. Tenho convivido com minhas imperfeições, sempre movido pela esperança de que amanhã serei melhor e que amanhã será melhor. Quanto mais acredito, mais forte me sinto para continuar, tenho certeza de que jamais voltarei ao “Y” inicial, no entanto, não esqueço sua importância em minha vida.
Quando criança, ouvi alguém dizer que não tivesse “medo do escuro” e que na escuridão existe as mesmas coisas que existe na claridade. É na escuridão que está a maior probabilidade de uma luz acender. A busca pela clareza e pelo conhecimento é infinita e quanto mais intensa esta busca, mais provável o acerto nas decisões e nas escolhas.

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Vinho

Autor: Laércio Lins

Depois de uma taça de vinho, só uma, costumo ser exato, depois pode até vir a segunda e a terceira para reforçar minha exatidão, senti como se uma porta se abrisse a minha frente.
A porta refletiu uma luz diferente. Primeiro o brilho da casca da uva, no momento seguinte, enquanto eu me aproximava da porta de meu pensamento, a claridade se intensificou passando por tons lilás, roxo, rosa, até chegar ao branco cristalino da água sem gás da taça ao lado.
Caminho inverso, do vinho para a água, uma viagem no tempo. O primeiro pileque da história, Noé em sua arca, Jesus numa festa de casamento transformando água em vinho a pedido de sua Mãe. O deus grego do vinho Dioniso ou sua versão romana, o deus Baco, reverenciando as cepas. Líquido sagrado que torna úmida as paixões e enaltece as conquistas em um brinde, não importa se vem dos frutados de Petrolina ou dos amadeirados ou terrosos do velho mundo. O vinho não conhece preconceitos.
O vinho é assim, clareia as idéias e ilumina os pensamentos, nos dá certeza de que dois mais dois até pode ser quatro, no entanto, isto é coisa rara.
Um gole de vinho é uma viagem sem passaporte, não é preciso passaporte quando não há fronteiras, se abrem portas de sentimentos e de alegrias.
Um brinde a um motivo. Calado, em um momento sozinho, brindei ao tempo na companhia de pensamentos, lembranças, água e vinho.


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