quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Máscaras

Autor: Laércio Lins

A vida são máscaras. No teatro a lágrima e o riso, na vida a fantasia conta histórias reais.
Adolescentes se enfeitam, raspam a cabeça e são “Ronaldos”. Mulheres se enfeitam e se pintam.
Personagens. Atores, poetas e artistas explicam o inexplicável. A máscara do super-herói ou a máscara e a marca do Zorro na tela. Pintura, a máscara da aquarela, enquanto nos bares e nas ruas a vida flui como um rio.
Máscaras surrealistas de Dali distorcendo o tempo. Máscaras de Da Vince no sorriso sarcástico e irônico de Monalisa, máscaras de um preso na cela no enredo da novela.
Os loucos se confraternizam em suas camisas-de-força abraçados ao próprio corpo a espera de raios e trovões. Sob o céu escaldante e sobre o chão seco e rachado o sertanejo sofre a máscara sub humana da estiagem apegado à fé sobrenatural.
Folias nas máscaras natalescas e carnavalinas, máscaras revelando as fantasias. Máscaras doces do mel da usina ou salgadas como as salinas.
Os Homens fluem em mares de descobertas à procura de novidades que expliquem coisas antigas. Filosofia, história e ciência, máscaras da arte. Máscaras dos sistemas, a parte no todo e o todo na parte.
A vida são máscaras que se revelam a cada olhar. Na rua, cai a menina na ilusão da máscara da noite sem amanhecer. No circo nasce o riso da máscara do palhaço, cai no conto o feitiço das bruxas e surge das fadas a máscara do encanto. O beijo é a máscara do desejo
Da voz nasce a palavra, o grito e o espanto que se transformam em máscaras do medo. O silêncio é a máscara do segredo.
Olhar e não ver, a cegueira é a máscara da visão, prima e irmã da escuridão. A noite é máscara do dia que insiste em apagar a clareza, no entanto, é vencida pela fantasia que revela e cria. A máscara do destino revela o enredo, máscaras do drama e da comédia fechando as cortinas no final do primeiro ato, máscara do conto, da prosa e da poesia.

Visite www.laerciolins.blogspot.com Espero você lá.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Outros caminhos


Autor: Laércio Lins (Texto e gravura)

Construir com as próprias mãos.
Sentir e chorar, ter saudades,
ter coragem, ser suave e cantar.
Enxergar com os próprios olhos,
pegar o fio de uma história,
ter medo, mas ser firme e caminhar.
Seguir com os próprios passos,
ser paciente e esperar.
Ter a certeza do abraço,
querer no outro a si próprio,
brincar, dançar e namorar.
Caminhar com os próprios pés,
sorrir, ser feliz,
ter vontades, motivos e amar.
Descobrir por si próprio,
Ler, escrever, pesquisar
Novos caminhos e estradas,
viver e sonhar.

www.aostraeaperola.blogspot.com
Visite www.laerciolins.blogspot.com espero você lá também.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Olho

Autor: Laércio Lins


Olho que sabe olhar,
olho que sabe ver,
olho que enxerga a luz.
olho que sabe crer,
olho que olha prá dentro,
olho que olha prá fora,
olho que diz,
olho que olha e entende,
olho que manda embora,
olho que ri,
olho que senta e chora.

Olho que despe a alma
olho que perde a calma
olho que foge,
olho que espera,
olho vertente da lágrima
olho nascente do rio, olho d água
olho vivo, olho nú
olho visão, olho vida
olho geleira, olho frio
olho cegueira,
olho que enxerga a clareira.

Olho que abri outras portas,
olho certo em linhas tortas,
olho planta, olho espanto,
olho natureza morta,
olho que brota outro galho,
olho janela do corpo,
olho pai do espinho,
olho nascente da flor,
olho origem do broto
olho calado sozinho
olho início do amor.

Olho assustado, olho medo,
olho de quem parte cedo,
olho sorriso, olho brinquedo.
olho primeiro e segundo,
olho terceiro.
Olho que enxerga fechado,
olho que esquece do tempo,
olho que brinda, que brilha,
olho que sofre calado,
olho que lê outro conto,
olho que sonha acordado.