Autor: Laércio Lins
Certa vez, quando criança, alguém me falou que “a vida é uma roda gigante.” Quando penso nesta frase lembro os parques de diversão de minha infância, com o passar do tempo esta frase foi ganhando outros sentidos em minha vida.
Desde a formação do universo e da criação do tempo, tudo gira. Os planetas, as galáxias e até o próprio tempo contado nos ponteiros do relógio.
Também já ouvi que “a vida é um grande carrossel de oportunidades,” no entanto, prefiro pensar na roda gigante como símbolo, ela é mais completa, além de girar tem momentos de altos e baixos, assim como a nossa vida. Repleto das mais diversas variáveis e ângulos de visão, o grande círculo giratório nos proporciona sentir alegria, emoção, expectativa, medo, insegurança e principalmente a sensação de risco, talvez por isso o fascínio deste brinquedo. Crianças necessitam do risco para descobrir e para crescer, adultos precisam do riscos para se fortalecerem e se sentirem capazes.
Lá fora há guerras entre países e o globo terrestre parece girar mais rápido nos últimos tempos, pode ser só impressão. Independente da velocidade dos acontecimentos, em cada um de nós vive um guerreiro que precisa do risco estratégico para se manter ativo, vivo, criativo e feliz.
A primeira lei de Newton, o princípio da inércia, nos demonstra matematicamente que todo corpo tende a ficar em repouso, desde que nenhuma força (estímulo), a ele seja aplicada. Peço licença à física e a matemática para em lugar do corpo, colocar o homem e em lugar da força, colocar o sentimento de exposição a um risco. Certamente não haveria, como resultante, outra alternativa a não ser o movimento e a busca por novas soluções.
Temos uma tendência à inércia, muitas vezes nos encolhemos deixando a vida para o dia seguinte, inventamos desculpas e medos que na maioria das vezes nem sabemos o motivo. Quando criança, lembro como eu tinha medo de brincar na roda gigante, mas, eu ia e depois me sentia um herói por ter vencido o medo e me exposto ao “risco.”
Estes momentos lúdicos nos ensinam o valor do movimento, da ação e do próximo passo. Olhamos a vida, vivemos a vida, já fazíamos isto quando criança olhando a roda gigante. Os Riscos também alimentam nossos pensamentos, sonhos, desejos e conquistas, pois, nos levam à novidade e estimulam nossas forças.
Ver a vida na barriga arredondada de uma mãe que espera outra vida, que por sua vez vem repleta de outros mundos e de outras oportunidades, nos traz a certeza de que a vida é cíclica. A transformação do corpo, causada pela gestação, pode fazer a mãe se sentir mais feia ou mais bonita, no entanto, a única certeza é a continuação da vida que se inicia após os riscos do parto.
A roda gigante não para, o parque de diversões muda de lugar e as viagens entre cidades são os intervalos entre as subidas e decidas da grande roda giratória.
Ano a ano a vida nos conta histórias, nos coloca em situações adversas, nos pega pela mão e nos leva à roda gigante, nos expondo a riscos em um processo natural de transformação. Os riscos e as descobertas são as forças que nos impulsionam em direção à realização de nossos projetos. Certamente arriscar de maneira consciente, usando o bom senso, nos submete a uma balança de perdas e ganhos, da qual, no mínimo saímos com a sensação de dever cumprido por ter tentado e com o sentimento de que somos capazes de seguir nossos sonhos.
Riscos e desafios são portas para infinitas possibilidades, devemos abrir estas portas ou jamais saberemos se há um dia de chuva ou de sol lá fora que nos permita uma boa e divertida volta na roda gigante.
Razão: www.laerciolins.blogspot.com.br
Emoção: www.aostrae´perola.blogspot.com.br
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