domingo, 12 de agosto de 2012

Coisas de pais e filhos

Autor: Laércio Lins


Reverencio aqui a poesia que existe no silêncio em homenagem a meu pai que hoje mora numa estrela.
Deixo aqui a saudade de meu avô e a lembrança de quando chegava tirando o chapéu, a perguntar: “Tem café?”

Deixo aqui meu apreço a todos que se fizeram pais por opção, assim como eles. Não importa o tempo ou a época, se as mensagens chegam por e-mail ou se chegavam pelo correio.

A frase bonita da vida não vai mudar, ela já existia antes da máquina de datilografia, hoje mora nos tablets e no futuro, sei lá. Apenas uma certeza, sempre existirá em meu coração um batuque leve das mãos de meu pai sobre a mesa a cantarolar fora de ritmo, quero dizer em seu próprio ritmo.

Pais na construção dos filhos e filhas, desvendando mistérios, dissolvendo incertezas, a transformar escuridão em clareza.

Ontem neto e filho, hoje filho e pai, amanhã pai e avô. Depois de amanhã renascer, por que tudo recomeça. No círculo, inicio e fim estão no mesmo ponto. Assim é a vida, assim é ser pai, uma ligação de pontos que não se aprende na escola. Por que sabedoria e as coisas do amor não se aprendem na escola. Sabedoria é brincadeira de percepção, amor é brincadeira de sentir com o coração que se mantem criança.

A frase bonita também mora no pai que se transforma em criança para ajudar o filho a crescer.
A frase bonita não vai calar, mesmo quando o silêncio chegar sobreviverá nas lembranças, se reinventará no novo sem perder de vista o velho.

Deixo aqui meu apreço e minha admiração a todos que se fizeram pais por vocação, que, às vezes, erram tentando acertar e se reinventam para ser referência. Por que ser pai também é sacrifício e mesmo assim é muito bom. 


Salve 12.08.2012. Dia dos pais
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