quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Coração Azul

Autor: Laércio Lins

O Homem, a mão, a poesia,
Passa o tempo, lembrança, nostalgia.
Voa pensamento, um passarinho,
mãe-pássaro que protege o ninho,

a flor se protege com espinho,
a uva dá vida ao vinho,
a luva aquece a mão com carinho.
O olhar protege o encanto,
a mãe embala o filho. Um acalanto.

Voar, esperança do pássaro que parte cedo,
Voar, lembranças nas fantasias de um brinquedo.
Menino se forjando homem,
aprendendo a voar sem medo.

No livro, uma saga, história de mil enredos.
Letra no papel ferido por uma caneta-tinteiro,
tingindo assim, de poema quase com jeito de prosa.
Misturando vermelho e branco, abraço de cravo e rosa.
Duendes, Gnomos, feitiços, bruxas e fadas.
Personagens que alimentam a poesia.
Silêncio no coração poeta,
antes cinza, agora claro e azul.

sábado, 25 de dezembro de 2010

O sonho que acordou o sol

Autor: Laércio Lins

Novos caminhos,
Abertura para outros passos.
Sob os pés, estrada, sobre os pés, cansaço.
Da eterna luta, velhos laços.
Sonho meu de um sono antigo,
que acordou para ser real,
que acordou em plano novo.
Sonho tempo.
sonho flor, botão que se abriu calmo.
Fim de túnel, luz brilhante.
Estrela que guia o guerreiro viajante
em noite escura surge no horizonte.
Entre a Ilha e o continente, ponte.
Corredeira de rio, próxima estação: oceano.
Maré vazante, vento terral
Sonho que trouxe maré cheia.
Sonho que acorda e clareia,
luz que acende e ascende,
Luz que aquece e sobe,
aquece, encolhe e move,
acolhe, escolhe e envolve.
Assim como um rio, a vida,
enredo de vários roteiros.
Assim é o sonho que acorda com o Sol.
cenário de muitos destinos,
visão de um brinde, pela taça de vinho,
bolhas, espuma, champanhe,
prenúncio de amanhecer,
renascer em um sonho de menino.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Caminhos em Y

Autor: Laércio Lins

Costumo dizer que a vida tem forma de “Y”, seguimos por uma estrada que de vez em quando se abre em duas ramificações, nestes momentos e nestes pontos somos cobrados a escolher que direção seguir. São nestes pontos também que muitas pessoas param, se entregam ao medo de escolher e se acomodam.
Essa analogia da vida em forma de “Y” tem me acompanhado há tempo e tem me ajudado em minhas decisões. Faço o melhor que posso e aprendi a não ser tão exigente comigo mesmo, hoje penso que, se escolher ou tomar a decisão errada, a mesma estrada se abrirá em forma de “Y” em outro momento me trazendo duas novas oportunidade de rever minhas escolhas. Tenho convivido com minhas imperfeições, sempre movido pela esperança de que amanhã serei melhor e que amanhã será melhor. Quanto mais acredito, mais forte me sinto para continuar, tenho certeza de que jamais voltarei ao “Y” inicial, no entanto, não esqueço sua importância em minha vida.
Quando criança, ouvi alguém dizer que não tivesse “medo do escuro” e que na escuridão existe as mesmas coisas que existe na claridade. É na escuridão que está a maior probabilidade de uma luz acender. A busca pela clareza e pelo conhecimento é infinita e quanto mais intensa esta busca, mais provável o acerto nas decisões e nas escolhas.

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Vinho

Autor: Laércio Lins

Depois de uma taça de vinho, só uma, costumo ser exato, depois pode até vir a segunda e a terceira para reforçar minha exatidão, senti como se uma porta se abrisse a minha frente.
A porta refletiu uma luz diferente. Primeiro o brilho da casca da uva, no momento seguinte, enquanto eu me aproximava da porta de meu pensamento, a claridade se intensificou passando por tons lilás, roxo, rosa, até chegar ao branco cristalino da água sem gás da taça ao lado.
Caminho inverso, do vinho para a água, uma viagem no tempo. O primeiro pileque da história, Noé em sua arca, Jesus numa festa de casamento transformando água em vinho a pedido de sua Mãe. O deus grego do vinho Dioniso ou sua versão romana, o deus Baco, reverenciando as cepas. Líquido sagrado que torna úmida as paixões e enaltece as conquistas em um brinde, não importa se vem dos frutados de Petrolina ou dos amadeirados ou terrosos do velho mundo. O vinho não conhece preconceitos.
O vinho é assim, clareia as idéias e ilumina os pensamentos, nos dá certeza de que dois mais dois até pode ser quatro, no entanto, isto é coisa rara.
Um gole de vinho é uma viagem sem passaporte, não é preciso passaporte quando não há fronteiras, se abrem portas de sentimentos e de alegrias.
Um brinde a um motivo. Calado, em um momento sozinho, brindei ao tempo na companhia de pensamentos, lembranças, água e vinho.


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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Quadro

Autor: Laércio Lins

A “Maria fumaça” me transportou no tempo. Trilhos quentes sob o sol apontando um caminho de volta às lembranças de minha infância. Cenários de um sábado pintado a óleo sobre tela. Entrei no quadro à brincar olhando o trem passar. Revivi a poeira, o cheiro dos canaviais e do melaço vindo da usina. Revivi o amanhecer de minha vida. O vapor e o atrito do trem nos trilhos. Homens, mulheres, crianças e o cachorro concentrado numa lixeira em busca de alimento.
Entrei na casa onde nasci, ela já não existe mais, foi derrubada por uma enchente dos rios Pirangi e Panelas. Debrucei na janela da cozinha e de lá revi o encontro dos dois rios no fundo do quintal, enquanto minha mãe coava um café, cheiro de café fazendo ressuscitar a natureza morta transformando-a em natureza viva. Casas, pessoas, o trem, o cachorro e eu.
Os traços do artista me pintaram no quadro revivendo um tempo que já passou, mas, que continua vivo. Quadro, cápsula do tempo, transporte de pensamentos através dos anos, minha mãe cantarolando uma modinha de domínio público e meu pai ritmando, batucando à mesa com os dedos.
Entrar no quadro me trouxe de volta as raízes, meu povo e meu chão. Os vizinhos, Dona Dina estendendo roupas no varal, ela sempre me dava confeitos de mel de engenho que ela mesmo fazia. Dona Hortência, mulher com nome de flor, conversando com o marido Estácio, homem brincalhão que falava rápido a ponto de quase não se deixar entender.
17:30 horas, o apito da Usina Catende, vindo do vapor das caldeiras anunciava a saída dos operários de mais um dia de trabalho, entre eles meu avô, marmita na mão, roupa com cheiro de ferrugem misturado com melaço, bota e chapéu, sorriso largo no rosto tornando ainda menores os olhos pequenos.
Óleo sobre tela, realidade revelada pela sensibilidade do artista. Óleo sobre tela trazendo sons e imagens de uma época que passou com muita alegria.
Terminei de tomar o café, saí do quadro e saí.

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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Minha agenda

09.11.2010 - 18hs - A Comunicação como ferramenta de Administração – FAREC Faculdade do Recife
17.11.2010 - 19hs – Administração do Tempo – UFPE Anfiteatro do CCSA
20.11.2010 - 14 às 19hs – Curso de Extensão. Realização CPHD – Planejamento Extratégico de RH

11.12.2010 - Gestão de Pessoas e Clima organizacional - CPHD, Recife

14.12.2010 – 19:30hs - Workshop Administração do Tempo – Hotel Imperial Suites, Boa viagem, Recife, Brasil. Ingressos R$ 20 (incluso coffe break), à venda no local com Sandrelle, fone 21220500. Descontos especiais para grupos de estudantes e empresas

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Um novo mundo para Sofia*

Autor: Laércio Lins

A filosofia ganhou vida, chegou antes da hora esperada. Sofia descobriu seu mundo. Chegou cedo, embora tenha sido acompanhada apenas até a primeira estação por alguém muito especial que precisou voltar ao ponto de origem, havia esquecido parte da bagagem.
A filosofia às vezes perde o sentido e nos deixa só e à procura do próximo pensamento.
Sofia é forte, menina das estrelas e do mundo das miniaturas, chegou para se expandir e exercitar sua grandeza. A filosofia abre portas para grandes e pequenas interrogações, Sofia chegou provocando, surpreendendo, fazendo pensar, indefesa e sem armas no mundo dos gigantes, vencendo batalhas e guerras em silêncio. A filosofia precisa de tão pouco espaço e ao mesmo tempo preenche milhões de corações e mentes.
Sofia é a menor gigante que veio da terra dos titãs, misto de menina e deusa, sua luz vem do fogo das vestais, seus pés são tão pequenos, grandes são seus passos, grande é seu caminho. Ganhou a primeira batalha em meio à pressão do ventre materno. Optou pela vida, optou pelo brilho das estrelas que clareiam as noites escuras.
Filosofia do mundo explicando Sofia. Desenho de todos os lápis numa anunciação. Prenuncio de calmaria após a tempestade. As coisas acontecem sem explicação para explicar o que não se explica nem se entende, o que apenas se sente com saudade e afeto.
A pequena gigante nos trouxe outras leituras, interpretações dos sentidos escondidos nas entrelinhas. Chegou como um raio de sol pela janela do amanhecer, como vida que brota do grão que descansa na umidade do algodão sob a expectativa de uma criança que espera a primeira folha de vida.
Filosofia que remete à busca do pensamento novo, da companhia que acompanha só até a porta da nova festa e volta para dormir mais um pouco, por que o tempo é assim, cedo para alguns, tarde para outros. Hora certa para Sofia. Hora do agora que constrói o entendimento a partir de outra ótica, hora do agora que contradiz regras e planos.
Sofia chegou em nova ordem, fora de série editando nova lógica, pedindo atenção e valorizando a simplicidade de cada inspiração e expiração.
Sofia é guerreira, da turma de Minerva quando roubou o fogo do sol para iluminar os leigos que se julgavam sábios. Chegou como a libélula que saiu do casulo antes do tempo natural, por que já era tarde para começar o processo de voar. Chegou para brincar de pular, simplesmente de pular, por que o mundo estava muito sério, muito ocupado com sabedorias inúteis. Chegou para mudar o ritmo e a ordem.
Sofia redescobriu o mundo de quem estava a sua volta, a sua espera. Chegou com uma malinha minúscula que quando se abriu revelou a imensa bagagem compactada. A filosofia não cabe em si, nem Sofia.

(*) Sofia nasceu prematura, de uma gestação de seis meses, em 25.10.2010. Sua "acompanhante," irmã gêmia não chegou a nascer.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pra pensar um pouco...

" Assim como uma rua, a vida tem esquinas que
às vezes precisamos dobrar para chegar ao destino." Laércio Lins

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Nascente de um rio, nascente de palavras

Autor: Laércio Lins

Assim como o amanhecer e o sol a nascer,
assim como uma planta que brota da semente,
assim como planta revelada pelas as primeiras folhas sobre a terra viva e úmida.
Surge o pensamento a partir silêncio das entrelinhas,
berço das palavras que não podem ser escritas nem faladas,
pensamentos que se transformam em gestos e atitudes,
pensamento, vulcão que explode em ação,
pensamento calmaria após a tempestade, que revela o homem.
Momento de uma chama que invade o peito e a cabeça, queimando como ácido.
Momento de um sentimento que invade o peito e a cabeça, resfriando como gelo.
A sensação de se olhar no espelho e se descobrir, se gostar ou não.
Olhar, visão, ver, perceber, razão, emoção.
Surge as palavras, antes guardadas no útero materno do silêncio.
Surge as idéias, antes perdidas em questões sem respostas.
Antes perdidas em dúvidas.
Surge o homem, misto de Pegaso e Fênix.
Contradição de Ícaro a fugir dos labirintos de Creta,
a se encantar com o sol esquecendo suas asas de cera até cair no mar.
Nasce palavras dos pensamentos.
Busca de Peter Pan por suas fantasias sobre a “terra do nunca”
Silêncio, nascente e berço das palavras sagradas e das palavras malditas.
Silêncio, palavra que não nasceu, não vingou,
Silêncio, expressão sem som, sem fonema.
Silêncio, à espera da grande explosão,
à espera de um Big-bang de frases que revelem o entendimento.
Escuridão à espera da claridade.
Raio gigante à escrever na lousa do infinito,
Raio gigante à escrever na lousa da noite escura.
Silêncio de esperança, surgindo como brisa fertilizando o vazio.
Palavras de esperança, brotando como água da nascente do rio.

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O que você quer ser quando crescer?

Autor: Laércio Lins

Temos falado muito em possibilidades, alternativas, formas e formas de realização de tarefas complexas e temas exaustivos. Temos vivido tempos em que, apesar de toda tecnologia e informação disponível, continuamos com a sensação de que não há tempo suficiente para nossas necessidades.
Hoje gostaria de colocar de lado tudo que parece complicado, quero arriscar e continuar acreditando que é possível soluções simples, que a missão da ciência é explicar a natureza das coisas e as coisas da natureza.
Vamos imaginar uma folha em branco. Quantas possibilidades podem habitar em uma folha em branco? Um texto, uma história, uma notícia, um desenho, uma emoção, um contrato... Poderíamos preencher esta folha com infinitas possibilidades, e depois, quando as alternativas parecessem esgotadas, poderíamos traduzir para outras línguas, o que, em muitos casos mudaria o sentido, devido a interferências culturais e crenças. As possibilidades de utilização de uma simples folha em branco são infinitas. São assim também as possibilidades em nossa vida profissional e pessoal.
Que tal, como exercício, nos imaginarmos uma folha em branco? Quantos temas em nossa vida gostaríamos de modificar, de melhorar e de transformar. Poderíamos mudar o rumo de nossa carreira profissional, ou manter. Aperfeiçoar alguns pontos de nossa história. Para isto, precisaríamos perder o medo e nos focar no que realmente queremos.
Para conseguir algo precisamos saber o que queremos, para chegar em algum lugar, precisamos saber onde. Buscamos resultados, queremos crescer. Muitas vezes precisamos voltar àquela pergunta que nos faziam quando éramos criança, "O que você quer ser quando crescer? Se não encontrarmos a resposta, não estamos com objetivos bem definidos. Precisamos corrigir o texto de nossa história, para isto, precisamos ter um plano, um projeto de vida. Se conseguimos determinar onde queremos chegar, vamos conseguir chegar.
Não é preciso que tenhamos projetos faraônicos, as conquistas devem ser gradativas, na medida de nossos anseios. Cada um de nós tem um papel. Passo a passo se chega ao destino e a chegada também deve ser um novo ponto de partida. No percurso, é importante considerar também, os meios com os quais chegamos ao destino. Ter sucesso é ser feliz, ou não há sentido. Se tratamos nossos projetos com leveza, eles não se tornarão menos importantes, pelo contrário, o trajeto se tornará mais prazeroso e nossa vida menos estressada, e isso, refletirá nos resultados. Soluções simples sem complicações significam avanço, utilização racional dos recursos tecnológicos e da comunicação em benefício do homem.
Quem não escutou a frase "A vida de fulano daria um filme!" Nossa vida pode ser uma poesia, uma tragédia, um drama ou uma comédia. Em condições normais, depende de nossas escolhas, do planejamento que adotamos e da maneira como utilizamos os recursos dos quais dispomos. A falta de um ou outro destes ingredientes, devemos suprir com criatividade. Esta será a diferença na hora de escrever nossa folha em branco.

P.S. Este texto foi baseado em uma de minhas palestras "O que você quer ser quando crescer? "
Laércio Lins é consultor em Gestão Organizacional
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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pés para os caminhos, asas para os horizontes

Autor: Laércio Lins

Gosto de quem solta a poesia amordaçada e se encanta nas entrelinhas dos versos. A poesia precisa de liberdade para dar asas ao sonho. Gosto de pés, não importa a direção que apontam, eles sempre apontam caminhos em direção à chegada. Os passos enfrentam a solidão da estrada, os pés não “olham” para trás, se encantam com a novidade dos próximos passos. A estrada já trilhada deve trazer apenas as boas lembranças enquanto os pés nos levam a momentos melhores, outros traços e desenhos que traduzam sentimentos claros, sentimentos de sol ou de lua.
Pés, passos e caminhos compondo um verso novo, que revele outros sonhos para serem sonhados, por que sem sonho nada existe, o sonho despe a alma para ser vestida com realidade. A cadência das pulsações do coração revela o ritmo da poesia que é a vida de cada um de nós, as batidas no peito se alteram com o sorriso e com os passos em direção ao abraço, passos da vida que há em todas as trilhas, alma dos pés que pisam com firmeza e motivo, direção de quem sabe aonde vai.
O sol e a brisa no rosto de quem, quando cansa, senta, descansa, levanta e continua. O olhar de quem não desiste, de quem insiste, persiste e segue os pés que apontam para o horizonte cheio de amanhecer, cheio de futuro e descobertas, cheio de esperança.
Pés para todos os passos, passos para todos os caminhos em direção a todos os encontros e encantos. Poesias para todos os sentimentos, para todas as palavras, ou mesmo, para todo silêncio.
Portas e caminhos que acordam cedo, recomeçar e amanhecer. Vôos para todos os pássaros, asas para todos os ventos, um brinde para quem degusta a vida como se fosse vinho. Apesar do fogo que queima, a Fênix renasce no ninho.

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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sabores

Autor: Laércio Lins

Sabores momentos, sabores pessoas.
Simplesmente sabores.
Beijo açúcar, amor melancia, às vezes maçã.
Sabores lugares, sabores ao vento.
Conversa Kiwi, olhar guaraná, pensar sapotí.
Sabores caminhos, sabor de esperança.
Infância morango, pitomba, azeitona,
jaboticaba criança.
Sabores estradas, sabores do tempo.
Desenho manga, carambola ou pitanga.
Sabores noturnos, sabores que invento.
Boca sorriso, sabores de dentro.
Sabores da alma, leveza do vinho,
sabores dos gestos, sabores carinho.
Sabores da brisa, paisagens do mar.
Sabores da vida, sabor pensamento
Abraço cacau, encontro no tempo
Teu sabor açaí me encontrou tamarino,
te olhei, te mandei meu sabor de menino.

Leia outros textos em www.aostraeaperola.blogspot.com

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Fada Madrinha ou a Mãe Filosofia

Auto: Laércio Lins

Certo dia quando o vento ainda soprava frio, apareceu uma fada e me ofereceu agasalho. Não eram vestes de pano ou de lã. A fada me abraçou como mãe a embalar o filho e sugeriu algumas cenas para o enredo de minha vida. Não me sinto uma pessoa comum, embora seja. Lembro todos os dias do "mito da caverna" quando um dos homens acorrentados em sua própria escuridão resolveu sair para a claridade.
A noite é mãe do dia e os homens procuram o calor do colo, de um colo de mulher que seja refúgio para seus delírios, sonhos, inseguranças e desejos. Freud tentava explicar este sentimento.
A felicidade parece intangível e intocável. Acredito que a felicidade mora no encontro do calor do colo com a claridade da saída da caverna, essa é a única maneira de fazer o vento parar de soprar frio. Assim como a noite é mãe do dia, o vento frio é interior, pai do gelo.
Ganhei da fada madrinha o último raio de sol de um fim de tarde inesquecível. Pela janela havia um rio. Um rio, símbolo de vida, água corrente em direção ao oceano onde navegam os sonhos dos pescadores, do poetas, das gaivotas e os peixes.
Assim foi meu encontro com a fada, assim como o vinho seco, forte no primeiro gole, mas, que depois suaviza e aquece a alma. A felicidade parece várias coisas ao mesmo tempo e está em vários lugares. Muito provavelmente a fada quis me falar de amor enquanto eu sonhava acordado. Falou do frio e do calor, da escuridão e da claridade, da importância da água e do fogo para um coração que bate em ritmo de uma tarde de verão. Me senti duende, capaz de voar. A fada encantada me trouxe um sorriso quando meu sentimento havia entardecido, ela me fez entender que cavamos nossas cavernas, no entanto, se lembrarmos de Pandora, encontramos sempre um fio de esperança saindo de sua caixa maravilhosa, assim como, a Fênix nos promove o renascimento.
A maior virtude do dragão é fazer o guerreiro entender que é forte o suficiente para vencê-lo e que tudo é possível, é assim a natureza. Assim como o frio, o dragão é interno, é o medo que se transforma em estímulo para a coragem.
Certo dia quando o vento ainda soprava frio, descobri que não estava só e que às vezes sou azedo, foi então que percebi que precisava amadurecer para ficar doce, ainda não consegui, mas, vez por outra a fada me diz que estou melhorando e depois some durante séculos com a desculpa que está esperando meu processo de lapidação.
Hoje o vento voltou a soprar frio e me trouxe muitas perguntas sem respostas, matéria prima para novas descobertas e ao mesmo tempo a certeza de que, apesar do frio, sempre posso dividir um pouco de calor, a fada me ensinou.

Equilíbrio

Autor: Laércio Lins

Seja no passado, no presente ou no futuro o homem sempre esteve e estará procurando a felicidade. Os povos antigos o fizeram através da mitologia buscando explicações para seus enigmas e suas dúvidas. Houveram guerras, tempestades e ventanias, no entanto, o foco foi e será ser feliz. Buscamos o novo através da Internet e dos meios de comunicação, construímos nossos castelos, nossos fantasmas e nossos heróis. Lidamos com nossos medos e buscamos o equilíbrio e o bem estar. A humanidade sempre viverá erros e acertos, o tempo contará nossa história enquanto existirem os poetas e o sentimento de esperança, Pandora, quando abriu a caixa, conseguiu revelar este sentimento em cada um de nós. A energia do fogo do sol trazido por Minerva e Prometeu nos mantém aquecidos para o próximo jogo, para o próximo passo, para a próxima dança.
Recomeçar com a fênix, ressurgir das cinzas após cada momento de dificuldade, renascer a cada manhã como um girassol voltado para a luz. Em tudo há espaço para a razão e para a emoção, para o empírico e para a técnica, para o drama e para a comédia. Quadro emoldurado pela arte e pela ciência criando cenários sem limites e fronteiras. Desenho na tela de um sonho, estética e sentimentos de uma poesia, desejos contidos em corações dispostos ao recomeço, sensação do dever cumprido após o trabalho, leveza da pipa inocente e criança a voar apenas pelo prazer de sentir o vento.
Em nossos corações existe a certeza de que, a cada manhã renascemos para um próximo ato nesse lindo teatro chamado terra, onde somos personagens e encenamos uma magnifica peça chamada vida.

sábado, 7 de agosto de 2010

Uma folha em branco

Autor Laércio Lins

Serve para guardar segredos.
contar o tempo, história e supre as falhas da memória.
Nela gravo o que sinto, nela sinto o que escrevo.
Folha em branco é a espera de uma frase em si cravada,
a traduzir um encontro ou descrever uma estrada.
Folha em branco eras tu, percebi e me fiz letra.
Me grafei em tuas linhas e descansei em teu papel,
misturei tua brancura a meu sentimento azul,
te pintei de amarelo e brilhante cor de luz.
Hoje história, folha és.
Cabeçalho, rodapés, tua cabeça, tuas mãos, teus pés.
Teu encanto me seduz.
O texto, um conteúdo, descanso para tantas letras,
folha branca, como és bela.
Poderias ser de pano, ou, quem sabe, uma tela.
Não importa, és espaço para o sonho,
aconchego do poema que componho.
Revelas meu sentimento e te revelar comigo.
Me transportas a outros campos, outros mares,
outras estrelas, outras terras, outros ares.
Me revelas novos olhares, outras idéias e me lanças frente ao espelho,
me refletes e me ensinas a traduzir meus encantos,
meus desencantos e meus medos.
Obrigado, folha branca, vou terminar este enredo. Me espere.
Outra hora vou te escrever um segredo,
que pode ser uma verdade, uma mentira, ou a saga de um brinquedo.
Me escreverei em ti,
meus sonhos e minha vida.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sofisticadamente Simples

Autor: Laércio Lins

A correnteza, os mares,
o sopro dos ventos,
o brilho dos astros,
o brilho da lua...
...a água.
O aperto de mãos,
a palavra amiga,
o abraço apertado,
o beijo no rosto...
...o olhar.
O barulho da chuva,
a dureza das pedras,
a leveza das nuvens...
...o ar.
O brinquedo, a criança,
As brincadeiras de roda,
a esfera, uma bola,
o olhar da boneca...
...o sorriso.
O verde das folhas, os frutos
o gelo, a neve, o frio,
o claro, o escuro,
o sereno, o orvalho...
...a flor.
A conversa amistosa,
o chopp gelado,
a palavra, o pensamento,
a amizade, o encontr...
...o amor.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Com gosto de kiwi

Autor: Laércio Lins

Hoje acordei cedo, muito cedo, antes do sol. Alias, acho que não dormi. À noite os pensamentos se organizam e abrem espaços imperceptíveis à claridade do dia. Acordei poeta, essencialmente poeta.
Ultimamente tenho tido sentimentos maior que meu coração, acho que por isso tenho andado com a sensação de aperto no peito.
Kiwi. Conheço, é uma fruta muito bonita e exótica, embora nunca tenha experimentado. Pensamentos diferentes têm me rondado, um quê de poesia filosófica, erudita e ao mesmo tempo simples. Acredito que foi esta simplicidade e leveza que me permitiu pensar em kiwi como um símbolo de novidade. As frutas tropicais mais comuns são: banana, manga e laranja, gosto muito delas, mas, pensei em Kiwi, assim como quem olha para as mesmas coisas de outro ângulo e vê diferente.
A poesia parnasiana me mostrou as formas, no entanto, sempre fugi de apenas formas, sempre procurei o conteúdo nas coisas. Hoje, sinto minha poesia mais completa, mais sintonizada e equilibrada. Eu não escolho o tema, o tema me escolhe trazido por uma musa, uma estrela, um momento ou um lugar. A poesia está em tudo, em coisas, pessoas e seus gestos, na vida e no dia a dia. A poesia está numa mulher madura que já não se encanta apenas com a embalagem do presente, que vive o conteúdo dos sentimentos. Também está na adolescente que começa se aprontar para uma festa uma semana antes ou no pai que, com o filho, coleciona as figurinhas dos craques do futebol. A poesia está na descoberta da novidade Kiwi.
Há quem pense que escrever um poema é só juntar um monte de palavras sem sentido e se alguém não entende, justifica-se: “Foi o que senti.” Nada contra ou a favor, não há verdade absoluta, no entanto, a poesia para ter vida precisa ter alma e sentimento.
Tenho o privilégio de ser um poeta de temas bonitos e de frases alegres, não aprendi poetizar dramas e tragédias. Tenho temas e motivos, minha lua é real, ela existe, tem quatro fases e brilha, mesmo quando há nuvens e não a vejo. Pensei nisso quando acordei. A estrela não imagina o tamanho de meu sentimento e do significado do que escrevo. Por que me enviaria um raio que me aquecesse a alma? Não faz mal, terei as palavras e o pensamento das noites que se transformam em poemas de manhã.
Sou poeta, independentemente de minha profissão, de minha posição social ou cultural. A poesia está em minha essência, é o liquido que brota de minha nascente e se transforma em rio que vence as represas e depois se transforma em mar. Minha poesia está em meus poros e em minhas veias, é estimulada por uma gaivota, uma estrela ou qualquer outro motivo que surgi, sempre que penso que a luz vai apagar ou quando sinto frio.
Pensar em Kiwi me trouxe esperança em outra tonalidade de verde, me fez lembrar que o sol nos empresta o fogo que nos mantém acesos enquanto as gaivotas nos mostram que podemos voar.
Hoje, vivo a poesia real, rica em emoção, em saudade e uma infinidade de outros sentimentos. Brindo à poesia útil, que acerta o alvo, que tem forma de seta com direção e sentido. Degusto a poesia como se fosse vinho ou simplesmente a contemplo-a na beleza do Kiwi.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Uma gota de orvalho em uma folha seca

Autor Laércio Lins

Ser poeta ou poesia é uma questão de estado: líquido, sólido ou gasoso; ou de estação: outono, inverno, primavera ou verão. Noite e dia, mar e céu. Noite escura de onde surge uma estrela. Há poesia nas coisas, há coisas na poesia.
Vi uma gota d água sobre uma folha seca. A água é símbolo de vida, normalmente é referência de brilho, luz, clareza, frescor e transparência. Nesta cena, o primeiro sentimento foi de impotência, de ação que não muda o cenário, a gota de orvalho não rega uma folha morta.
Olhando por outro ângulo, a estética e a beleza do conjunto me emocionou, vida e morte convivendo em harmonia entre o marrom da folha e a transparência da gota d água latente por vida.
A folha seca sem motivo e sem esperança realçava a beleza da gota de orvalho, contrastando com o cheiro de mato verde, terra molhada e fundo musical de um Ben-ti-vi. A gota de orvalho me falou que estava ajudando a folha morta a renascer terra. A cor marrom não era o fim, era apenas uma adaptação para um novo começo. Vi uma Fênix renascer sem fogo, a partir de uma gota de orvalho.

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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Em busca da poesia perdida

Autor: Laércio Lins

Água, fogo, terra e ar.
Pensamento, sentimento, palavra e verso.
Elementos da poesia, leito onde dorme meu reverso,
mistura e avesso do espelho em que me vejo.
Sentimento seco que sai da palavra crua
que me solta nos vales, corpo da palavra nua,
calando a língua, palavra solta na rua.
Lua minguante,
verso sem rima, sem terra, sem teto e sem jeito,
respiração, coração que não cabe no peito,
sufoca e aperta.
Água, fogo, terra e ar.
Oração, solidão do rio que vira mar,
explosão de vulcão solta no ar,
larva que desce a montanha,
larva que lava e petrifica a montanha.
Orvalho da manhã na folha seca,
sem vida, cena que nega.
Noite sem luar, coração sem amar,
brilho roubado do olhar.

Fada que cria o encanto, a beleza e a magia.
luz que transforma a noite em dia,
rima que dá brilho à poesia,
acende as estrelas com o fogo da vida,
pendura outra lua no céu infinito,
apaga essa noite, acende outro dia,
me dá um sentimento para um verso bonito,
me ensina as palavras que moram nas entrelinhas
do silêncio depois do grito.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Força

Autor: Laércio Lins

Força bruta das tempestades,
larva de vulcão ou avalanche, neve.
Força mãe natureza, sabedoria luz,
força clareza.
Força mulher, mãe e filha, um encontro,
sorriso no olhar ou brilho, sol.
Força do solo violão, sabedoria música,
força canção.
Força palavra que vem do pensamento,
certeza no gesto, uma flor, cheiro.
Força viagem, estradas, caminhos,
força paisagem.
Força amizade que nasce no abraço,
desenho grafite, uma musa, verso.
Força vento, brisa, maresia.
força tempo.
Força maior que rege o universo,
força Deus, a guiar cada filho
Força mulher, mãe e filho.
Parte, parto, partir e voltar.
Força amor.

terça-feira, 1 de junho de 2010

O brilho e o som que se vê

Autor: Laércio Lins

O brilho de uma estrela cabe na poesia, o som do silêncio também, no entanto, para ver o brilho da estrela é preciso ver além dos olhos, é preciso ver a alma por fora e por dentro.
Para ouvir o som do silêncio é preciso mais que ouvidos. Beethoven, surdo, compôs a nona sinfonia.
Vejo o brilho e escuto o silêncio, leio as linhas e principalmente as entrelinhas. Já ouvi alguém dizer que filosofia não serve pra nada. Serve sim, não houvesse a filosofia não existiria a arte e não existiria a poesia. Não houvesse a arte, não existiria a ciência ou a tecnologia. Os pensamentos se cruzam nas esquinas e também nas ruas retas, largas ou estreitas, ensolaradas ou chuvosas.
É possível voar à "terra do nunca" pra conversar com Peter Pan, e depois, através da filosofia de Heráclito, Sócrates ou Platão, ir à terra do sempre, lá se encontra as realidades e as fantasias que moram nos mitos que ultrapassam nossas fronteiras, nossos medos e nossos abismos.
Einstein olhava o trem pra ver o tempo, Ascenso Ferreira pegava o mesmo trem e saía "danado pra Catende."
Não importa pra onde se olha, o que importa é o que se vê. Platão nos trouxe o Mito da caverna, Heráclito nos banhou no rio. Em sua divina comédia, Dante nos mostrou o purgatório e o inferno em seu passeio com Virgilio, depois nos mostrou o paraíso em companhia de sua musa Beatriz. Cervantes nos emocionou com a poesia que há em Dom Quixote, sua amada Dulcinéia e seu amigo Sancho Pança em luta pelas diferenças sociais, enfrentando até moinhos de vento.
Velhos olhares, belas visões. Poesia, ciência e arte nos ensinando as belezas, das quais, a raça humana é capaz. Mesmo assim, enchemos o mundo de fumaça.
Ainda bem que Pandora guardou esperança em sua caixa, pouco a pouco olhamos o mundo de maneira diferente, descartáveis começam a dar lugar a recicláveis, começamos a enxergar a morte de árvores em uma inocente folha de caderno. O homem lobo do homem às vezes tem dia de cordeiro. As linguagens do silêncio, da sensibilidade e da percepção, cada dia fazem mais sentido, a comunicação é nossa maior ferramenta.
Caetano Veloso escreveu e cantou: "A Língua é minha Pátria. E eu não tenho Pátria. Tenho mátria. E quero frátria". Nesta frase demonstra impaciência, quase rebeldia pra chamar atenção pra outras maneiras de ver. A língua é pai, mãe e irmã da expressão e da compreensão, ligação entre todos os credos e valores, plasma do brilho e do som que, em tudo, se vê.

terça-feira, 18 de maio de 2010

A filosofia, poesia e música de Orlando Doido

Autor: Laércio Lins

A filosofia poesia e música de Orlando Doido
Laércio Lins

Orlando era um sujeito tranqüilo, estatura mediana, magro e com olhar rápido de quem estava atento a tudo, conhecido como Orlando Doido, vivia pelas ruas de Catende, cidadezinha de trinta mil habitantes do estado de Pernambuco, onde nasci. Falavam que ele ficou maluco de tanto estudar. Eu não acreditava que alguém pudesse enlouquecer de tanto estudar e vez ou outra conversava com Orlando, eu era um garoto de 12 ou 13 anos quando meu pai me repreendeu por estas conversas. Eu não via nada demais nisso, acho que meu pai temia que eu pudesse enlouquecer também, talvez pensasse que doidice passa como gripe.

Orlando morava sob uma caixa d água da prefeitura ao lado da casa de bombas. Certa vez, ele me confessou falando baixinho, quase um segredo, que não havia conseguido dormir na noite anterior por que a música que saía da bomba d água estava desafinada.
O ambiente onde ele morava, apesar de arejado, tinha um cheiro de papéis velhos misturados com um odor natural que ele exalava por escassez de banho. Uma das paredes estava coberta por algumas pilhas de revistas e jornais velhos, “organizadas” completamente fora de ordem. O ambiente não era um melhores onde já estive. Só fui lá uma vez, depois disso preferia conversar com ele na rua, de preferência em lugares ventilados pra amenizar os “perfumes”.

Aprendi com Orlando a observar coisas sem a intensão de julgar, apenas pelo prazer de olhar, ver e viver o momento. Uma lição de simplicidade.
Ele também tinha umas manias. Gostava de ler apenas pelo prazer de ler, de juntar as letras em voz alta e curtir o som das palavras, isso para mim soava como poesia parnasiana, apenas forma sem conteúdo, era muito engraçado.

Até hoje, lembro de Orlando quando folheio revistas velhas, normalmente em consultórios médicos, sempre tem revistas velhas em consultórios médicos, eles não são loucos e também gostam de guardar revistas velhas, alguns acham que também gostamos, talvez por nos ver como pacientes e não como clientes, mas isso é tema para outro texto.

Orlando às vezes cantava gesticulando como se tocasse um violão, parava no meio da música para afinar as cordas imaginárias numa concentração de fazer inveja. Certo dia, fizemos uma banda. Ele com seu violão e eu com minha bateria imaginária novinha. Eu não estava vendo nem a bateria nem o violão, mas, ele estava, me perguntou onde comprei e elogiou a cor, fizemos um som muito diferente naquela tarde, foi muito divertido.

Leia outros textos em www.aostraeaperola.blogspot.com.br e www.laerciolins.blogspot.com.br

Instagram: @laércio.lins

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Pedido

Autor: Laércio Lins

Sonho de todas as fadas e assunto de todos os livros.
Sentimento de noites e tardes, desejos que nos mantêm vivos.
Mães que embalam os filhos como jóias abraçadas ao peito,
um sentir mentira ou verdade, um viver numa chama que arde,

Veneno de todas as serpentes, paixão que provoca arrepios,
Saudade do amor, do agasalho que aquece as noites de frio.
Silêncio profundo das geleiras do Alasca. Cenário de palco vazio,
um sentir, um chorar contra o vento. Cais do porto ao partir do navio.

Estrelas e sons de violas, vozes e taças de vinho,
estradas para novos caminhos, flores para velhos espinhos,
gosto do sol que beija a flor, ventos para novos moinhos,
cheiro de lua, de noite, orvalho e cor. Amores e outros carinhos.

Saudade de todos os jeitos, sonolência para todos os leitos,
Portas de todas as entradas abertas a novas saídas,
traz de volta a fada encantada, traz de volta a esperança perdida,
traz de volta a certeza e alegria. Sorriso criança, amanhecer, novo dia.

domingo, 9 de maio de 2010

Poesia é coisa séria

Autor: Laércio Lins

Respeito muito as palavras, elas são realmente sagradas. Muitas pessoas não atingiram e não atingirão a percepção de que as palavras até servem para a comunicação entre as pessoas, e essa pode não ser a função principal.
As palavras traduzem sentimentos e deveriam ser utilizadas apenas com sentimentos nobres, deveriam ser utilizadas como tijolos numa construção, formando e fortalecendo as pessoas.
Poesia pra mim é coisa séria, ilumina meus vazios, equilibra meus passos e enfeita meu silêncio. A poesia me permitiu ver o mundo mais bonito, me trouxe uma realidade mais aceitável. Há quem diga que poesia é coisa de quem não tem o que fazer. Quem pensa assim ainda não percebeu que dois mais dois até pode ser quatro, padaria até vende pão, são provas simples de nossa realidade e de que o mundo muda todos os dias junto com nossas cabeças.
A poesia está em tudo, até em um cálculo complexo, pensei nisso um tempo atrás quando assisti o filme "Uma mente brilhante."
A razão e a emoção não têm formas pré estabelecidas, as necessidades humanas aparecem primeiro junto com a poesia, que não necessariamente surgem com rimas ou regras gramaticais.
A poesia é o sentimento pintado com palavras em uma tela emoldurada com amor, ela revela as cores e o sentimento do som e do silêncio. Poesia bonita é aquela não se limita as salas de recitais. A verdadeira poesia sai do papel e se instala sem preconceito no coração das pessoas, mesmo das pessoas que não aprenderam a ler. A verdadeira poesia não aceita preconceito, está na arte ou no artesanato, está onde haja qualquer forma de expressão verdadeira. Para que a poesia tenha lastro, um único pré-requisito é que nasça de um sentimento.

www,aostraeaperola.blogspot.com