segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sabores

Autor: Laércio Lins

Sabores momentos, sabores pessoas.
Simplesmente sabores.
Beijo açúcar, amor melancia, às vezes maçã.
Sabores lugares, sabores ao vento.
Conversa Kiwi, olhar guaraná, pensar sapotí.
Sabores caminhos, sabor de esperança.
Infância morango, pitomba, azeitona,
jaboticaba criança.
Sabores estradas, sabores do tempo.
Desenho manga, carambola ou pitanga.
Sabores noturnos, sabores que invento.
Boca sorriso, sabores de dentro.
Sabores da alma, leveza do vinho,
sabores dos gestos, sabores carinho.
Sabores da brisa, paisagens do mar.
Sabores da vida, sabor pensamento
Abraço cacau, encontro no tempo
Teu sabor açaí me encontrou tamarino,
te olhei, te mandei meu sabor de menino.

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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Fada Madrinha ou a Mãe Filosofia

Auto: Laércio Lins

Certo dia quando o vento ainda soprava frio, apareceu uma fada e me ofereceu agasalho. Não eram vestes de pano ou de lã. A fada me abraçou como mãe a embalar o filho e sugeriu algumas cenas para o enredo de minha vida. Não me sinto uma pessoa comum, embora seja. Lembro todos os dias do "mito da caverna" quando um dos homens acorrentados em sua própria escuridão resolveu sair para a claridade.
A noite é mãe do dia e os homens procuram o calor do colo, de um colo de mulher que seja refúgio para seus delírios, sonhos, inseguranças e desejos. Freud tentava explicar este sentimento.
A felicidade parece intangível e intocável. Acredito que a felicidade mora no encontro do calor do colo com a claridade da saída da caverna, essa é a única maneira de fazer o vento parar de soprar frio. Assim como a noite é mãe do dia, o vento frio é interior, pai do gelo.
Ganhei da fada madrinha o último raio de sol de um fim de tarde inesquecível. Pela janela havia um rio. Um rio, símbolo de vida, água corrente em direção ao oceano onde navegam os sonhos dos pescadores, do poetas, das gaivotas e os peixes.
Assim foi meu encontro com a fada, assim como o vinho seco, forte no primeiro gole, mas, que depois suaviza e aquece a alma. A felicidade parece várias coisas ao mesmo tempo e está em vários lugares. Muito provavelmente a fada quis me falar de amor enquanto eu sonhava acordado. Falou do frio e do calor, da escuridão e da claridade, da importância da água e do fogo para um coração que bate em ritmo de uma tarde de verão. Me senti duende, capaz de voar. A fada encantada me trouxe um sorriso quando meu sentimento havia entardecido, ela me fez entender que cavamos nossas cavernas, no entanto, se lembrarmos de Pandora, encontramos sempre um fio de esperança saindo de sua caixa maravilhosa, assim como, a Fênix nos promove o renascimento.
A maior virtude do dragão é fazer o guerreiro entender que é forte o suficiente para vencê-lo e que tudo é possível, é assim a natureza. Assim como o frio, o dragão é interno, é o medo que se transforma em estímulo para a coragem.
Certo dia quando o vento ainda soprava frio, descobri que não estava só e que às vezes sou azedo, foi então que percebi que precisava amadurecer para ficar doce, ainda não consegui, mas, vez por outra a fada me diz que estou melhorando e depois some durante séculos com a desculpa que está esperando meu processo de lapidação.
Hoje o vento voltou a soprar frio e me trouxe muitas perguntas sem respostas, matéria prima para novas descobertas e ao mesmo tempo a certeza de que, apesar do frio, sempre posso dividir um pouco de calor, a fada me ensinou.

Equilíbrio

Autor: Laércio Lins

Seja no passado, no presente ou no futuro o homem sempre esteve e estará procurando a felicidade. Os povos antigos o fizeram através da mitologia buscando explicações para seus enigmas e suas dúvidas. Houveram guerras, tempestades e ventanias, no entanto, o foco foi e será ser feliz. Buscamos o novo através da Internet e dos meios de comunicação, construímos nossos castelos, nossos fantasmas e nossos heróis. Lidamos com nossos medos e buscamos o equilíbrio e o bem estar. A humanidade sempre viverá erros e acertos, o tempo contará nossa história enquanto existirem os poetas e o sentimento de esperança, Pandora, quando abriu a caixa, conseguiu revelar este sentimento em cada um de nós. A energia do fogo do sol trazido por Minerva e Prometeu nos mantém aquecidos para o próximo jogo, para o próximo passo, para a próxima dança.
Recomeçar com a fênix, ressurgir das cinzas após cada momento de dificuldade, renascer a cada manhã como um girassol voltado para a luz. Em tudo há espaço para a razão e para a emoção, para o empírico e para a técnica, para o drama e para a comédia. Quadro emoldurado pela arte e pela ciência criando cenários sem limites e fronteiras. Desenho na tela de um sonho, estética e sentimentos de uma poesia, desejos contidos em corações dispostos ao recomeço, sensação do dever cumprido após o trabalho, leveza da pipa inocente e criança a voar apenas pelo prazer de sentir o vento.
Em nossos corações existe a certeza de que, a cada manhã renascemos para um próximo ato nesse lindo teatro chamado terra, onde somos personagens e encenamos uma magnifica peça chamada vida.

sábado, 7 de agosto de 2010

Uma folha em branco

Autor Laércio Lins

Serve para guardar segredos.
contar o tempo, história e supre as falhas da memória.
Nela gravo o que sinto, nela sinto o que escrevo.
Folha em branco é a espera de uma frase em si cravada,
a traduzir um encontro ou descrever uma estrada.
Folha em branco eras tu, percebi e me fiz letra.
Me grafei em tuas linhas e descansei em teu papel,
misturei tua brancura a meu sentimento azul,
te pintei de amarelo e brilhante cor de luz.
Hoje história, folha és.
Cabeçalho, rodapés, tua cabeça, tuas mãos, teus pés.
Teu encanto me seduz.
O texto, um conteúdo, descanso para tantas letras,
folha branca, como és bela.
Poderias ser de pano, ou, quem sabe, uma tela.
Não importa, és espaço para o sonho,
aconchego do poema que componho.
Revelas meu sentimento e te revelar comigo.
Me transportas a outros campos, outros mares,
outras estrelas, outras terras, outros ares.
Me revelas novos olhares, outras idéias e me lanças frente ao espelho,
me refletes e me ensinas a traduzir meus encantos,
meus desencantos e meus medos.
Obrigado, folha branca, vou terminar este enredo. Me espere.
Outra hora vou te escrever um segredo,
que pode ser uma verdade, uma mentira, ou a saga de um brinquedo.
Me escreverei em ti,
meus sonhos e minha vida.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sofisticadamente Simples

Autor: Laércio Lins

A correnteza, os mares,
o sopro dos ventos,
o brilho dos astros,
o brilho da lua...
...a água.
O aperto de mãos,
a palavra amiga,
o abraço apertado,
o beijo no rosto...
...o olhar.
O barulho da chuva,
a dureza das pedras,
a leveza das nuvens...
...o ar.
O brinquedo, a criança,
As brincadeiras de roda,
a esfera, uma bola,
o olhar da boneca...
...o sorriso.
O verde das folhas, os frutos
o gelo, a neve, o frio,
o claro, o escuro,
o sereno, o orvalho...
...a flor.
A conversa amistosa,
o chopp gelado,
a palavra, o pensamento,
a amizade, o encontr...
...o amor.