sábado, 28 de maio de 2011

Eterno, simplesmente

Autor: Laércio Lins


Eterno é o hoje, o agora. Eternos, hoje somos até quando durar nossa eternidade. O encontro na comédia de Dante ou na poesia de Cervantes, parte deste eterno, meu paraíso, meu inferno.
Eterno é o momento, o finito, o segundo, o minuto, a hora.
Eterno é o momento em sua plenitude, envelhecer com eterna juventude, beber na fonte da vida cada gota do inverno, ficar úmido e brotar flores e frutos.
Ser eterno é descansar em pensamentos, filosofar sentimentos e coisas que fluem, se olhar e se ver no velho e no novo, contemplar a natureza na perfeição da casca do ovo e respirar cheiros eternos: Erva doce, cravo, canela, mel e limão, água límpida na nascente do rio lavando a vida como reza.
Amar a Pablo Neruda e Vinícius de Moraes. Ser eterno, ser eterno.
Viver um sonho em um livro, aprender novas idéias, enternecer, adormecer e acordar. Ir à guerra quando for preciso, descansar em paz por que é preciso levantar e caminhar em direção ao sol, como um girassol.
Ser eterno na língua de Camões ou nas melodias de Carlos Gomes, eternamente raízes, nossas raízes lusitanas, nossas mães e pais.
No amor tranqüilo e na inquietude das paixões da tragédia Shakespeariana. Eternamente eterna a inspiração do poeta, minha inspiração. Beber a poesia como o néctar da sofisticada simplicidade. Eterno é fazer da poesia uma oração a Deus.
Aquecer o coração protegendo os sentimentos, banhar a alma em neve, conservando-a terna, a alma é eterna e descansa na relva da inspiração trazida por um motivo; no nascimento de um poema novo, a promover o próprio nascimento se fazendo eterno.



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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Luar

Autor: Laércio Lins


Lua, ponto de encontro
para quem anda distante.
Visão biruta do Biruta bar.
Pina, saudade de Olinda,
O mar de Recife é o mesmo de lá.
Lá onde anda a menina do frevo,
Do som Capiba, Pernambuco.
Senzalas, sentimentos escravos, mamelucos.
Gilberto Freire, visão Mucambos.
A ponte, os rios de João Cabral,
Trinta copos de shopp a Carlos Pena.
Sá Grama, Recife Armorial,
Ariano ninando a poesia.
Uma estrela rupestre me acende,
meu pensamento ferve.
È noite em meu sentimento que amanhece.

Lua, adereço noturno,
traz ao meu peito frio, danças do mar,
cantos em ondas, balanço do maracatu Estrela Brilhante
Peixes, jangadas, navios, espuma, ciranda.
Musa sereia,
“A bela da tarde” da praia de Boa Viagem a sorrir
do Homem da Meia Noite.
Visão Biruta numa noite ao meio dia
Ciranda da vida, girando no ar,
Frevo que liberta a tristeza em três dias.
Ondas do mar da Ciranda de Lia.


Homenagem aos poetas pernambucanos Carlos Pena Filho (1929-1960), João Cabral de Melo Neto (1920-1999), o movimento armorial de Ariano Suassuna, Capiba (1904-1997), Gilberto freire (1900-1987) e a Lia de Itamaracá, rainda da ciranda.


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sábado, 7 de maio de 2011

Fonte de Luz

Autor: Laércio Lins


A estrada sob os pés se alegra ao sentir alguém que conhece o destino e sabe que sua missão é conduzir. Alguém que conhece o caminho para uma estrela através da luz que se acende no parto, início da caminhada pela estrada mãe.
Fonte de brilho e sabedoria a tecer caminhos filhos.
Estrada de terra, abrigo no peito lacto a forjar homens e mulheres.
Mulher de muitos sentidos a pintar o arco-íris com novas cores, cada cor para cada filho para quem conta histórias, inventa amores, lições, afagos e carinhos.
Estrada vida, tempo de verso sem rima, verbo de rima sem tempo.
Vida que brota do ventre, vida que sopra com o vento.
Mãe de todos os filhos ou simplesmente Mãe.


Parabéns a todas as mães por tornarem possível a humanidade. Salve 08.05.2011


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