domingo, 31 de julho de 2011

O pássaro e o poeta


Autor: Laércio Lins (Texto e gravura)



Assobiar,
o assobio me lembra bico
e o bico me lembra pássaros
e os pássaros me lembram asas.
Pássaro enquanto poeta, me ponho a voar.

Dar asas ao pensamento,
no vôo encontro a poesia
e a poesia me transporta solto
e solto, me sinto livre.
Livre enquanto pássaro. Preciso voar.

Viajar em pensamento,
na viagem encontro o motivo
e o motivo me faz feliz
e feliz me sinto em paz.
Em paz enquanto pássaro.
Poeta preciso a voar.

Sonhar com o vôo da gaivota,
da águia, do condor e do gavião,
da asa branca, do urubu ou do avião.
Asa da perdiz, do pensamento e do vento.
Pegar uma rota certeira, fechar os olhos e partir,
abraçado ao vôo do tempo.

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domingo, 24 de julho de 2011

Chuva

Autor: Laércio Lins


Nuvem cobrindo as estrelas, escurece o céu pra chover.
Na secura da terra, gotas d água são abraços
mudando a paisagem, acabando a estiagem.

Chão seco, agora molhado,
chuva baixando a poeira,
chuva apagando a fogueira,
chuva lavando a poesia.
chuva escorrendo na face
chuva esfriando o cansaço

Chão seco, agora encharcado,
pensamento novo, molhado. Raios e trovões,
sentimento confuso entre a seca e estiagem.
Inerte palma, cacto, planta,
enquanto a alma se espanta
a poesia acalanta,
meu coração se encanta
contemplando este chover.

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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Há uma Fênix em cada um de nós

Autor: Laércio Lins


O homem sempre esteve e estará procurando a felicidade. Os povos antigos o fizeram através da mitologia buscando explicações para seus enigmas e suas dúvidas. Houveram guerras, tempestades e furacões, no entanto, o alvo sempre foi ser feliz.

Buscamos a novidade, construímos nossos castelos, nossos fantasmas e nossos heróis, buscamos o equilíbrio e o bem estar. Viveremos erros e acertos e o tempo contará nossa história enquanto existi arte, ciência e o sentimento de esperança, Pandora, quando abriu sua caixa, plantou este sentimento em nós.

A energia do fogo trazido à humanidade por Minerva, deusa da sabedoria e das artes e por Prometeu, que se tornou símbolo da força de vontade e da resistência à opressão, devido aos castigos, aos quais, foi submetido por Júpiter o rei dos deuses, nos mantém aquecidos para o próximo jogo, para o próximo passo e para a próxima dança.

A mitologia, assim como a filosofia, trazia aos gregos na antigüidade, explicações para tudo que não fosse exato, o pensamento pagão era fundamentado nas ações dos deuses e dos mitos. Cada deus era um especialista. Minerva, deusa da sabedoria e das artes, era a explicação para a sensibilidade e aptidão para as manifestações artísticas e filosóficas. O deus Netuno, explicava a fúria da natureza e os fenômenos relativos à água, trovões, tempestades, furacões e inundações. Essa maneira de crer nos deuses e mitos proporcionava explicações para o surgimento do universo e da humanidade Cada mito levava em sua história uma ação que explicasse um sentimento. Entre eles, a Fênix, um pássaro que, segundo a crença dos antigos povos, se auto extinguia em chamas a cada 500 anos de vida e logo após ressurgia das próprias cinzas, continua nos ensinando o sentimento de recomeçar e de ressurgir diante das adversidades, às quais, a vida nos submete.

Da dúvida, da perseverança e da paixão pelo saber surgiu a ciência. De idéias simples surgiram grandes descobertas e as grandes invenções. O treinamento e a insistência de um atleta, na busca pela perfeição, resulta na conquista de uma medalha ou de um novo recorde. Antes de disparar sua flecha, um arqueiro planeja a trajetória da seta, considerando as influências do vento e a distância até o alvo, esta ação amplia as possibilidades de atingir o objetivo. Estes exemplos nos estimular na luta por nossos metas e nossos sonhos.
A cada manhã, acordamos e nos abrimos às novidades de mais um dia, ressurgimos através de decisões e escolhas que nos permitem continuar buscando novas oportunidades.

Enquanto profissionais nos abrimos ao direito de continuar construindo, inovando e criando. Enquanto homens e mulheres, nos permitimos às descobertas e ao auto conhecimento em um processo de melhoria continua e crescimento interior.

Há uma Fênix em cada um de nós, precisamos alimentar este pássaro forte que nos permite voar para novas jornadas e novos cenários, que nos conduz a novas descobertas e novas realizações. Em nossas vidas há espaço para a razão e para a emoção, para o empirismo e para a teoria, para a prática e para a técnica, para o drama e para a comédia, tudo isto nos completa. Em cada um de nós habita a certeza de que, a cada manhã renascemos para o próximo ato nesse lindo teatro chamado terra onde encenamos uma magnifica peça teatral chamada vida.

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terça-feira, 12 de julho de 2011

Cegueira e visão

Autor: Laércio Lins

A beleza, a verdade e a liberdade são escolhas, estão no olhar de quem vê e no coração de quem sente.


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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Infância


Autor: Laércio Lins (Texto e gravura)


Um mundo, um jardim.
Músicas dos sinos da igreja
e cheiros dos canaviais.
Festa, um show, a luz do sol sobre a praça.
Nova era, outra era, outra esfera.
A diferença entre a rosa e a flor.
O encanto era vento, sopro que me transformou.
Um espaço, hora tempo, entre olá e alô.
Paz e às vezes medo do fim do mundo descrito por meu avô.
O futuro era um lugar onde existiam telefones sem fio.
Tudo preto no branco. Em outras horas, cor.
Giz, pincéis, carvão, lápis de cor
Lindas telas, o artista, a escultura. Artes e o pintor.
No quintal fauna, flora, espinho, mato e flor.
Entre peixes, entre rios, entre serras.
Meu amor era de pedra e depois desabou,
se fez ar e voou na fantasia da namorada que inventei.
Açúcar na usina, mel.
A palavra e o silêncio, brincadeiras, correrias na rua,
“Passarás,” “Pega soltou,” “Rouba bandeira” e “Garrafão.”
Bola de gude e pião.
Gastronomia de reis e rainhas: Quebra-queixo, bolo, picolé e pirulito,
Arma pra todas as guerras: Boné, estilingue e apito.
Far West, cenário de um cavalo de vassoura.
Noites de estrelas, vagalumes e contos de assombração.
Lendas do castelo encantado da Serra da Prata.
Universo de meu sonho real de menino.
Tempo, um templo que me transformou no que sou.


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quinta-feira, 7 de julho de 2011

O escultor

Autor: Laércio Lins


Até as pedras aceitam novas modelagens. Nossa transformação depende de nós, somos escultores de nossa vida, que pode se transformar em uma obra de arte ou em algo insignificante.